Há algum tempo não escrevo nada, há muito tempo na realidade. O complicado disso é que acabamos perdendo a "a mão", as engrenagens começam a enrijecerem, necessitam de óleo. Necessitam do óleo do uso, do óleo do novo, do óleo do movimento. E quando esse uso já não se faz presente, nem mesmo na forma de intenção ou pensamento, aí o enlace se perde e se corre o risco de não mais ser alcançado.
Em tempo surgem as flores,
de vida curta, de pétalas frágeis,
de cores cheirosas.
Em tempo surge um brilho novo,
pra lembrar de meu lúmen
onde corre meu líber,
onde nascem os sonhos.
Pra recordar da alegria de viver o outro
pra sorrir "quiném" bobo
enquanto ando pela rua,
solto.
Recordar que somos humanos não é um ato simples em uma sociedade tomada pelo animalismo das relações, é um ato de esforço, que demanda gasto de energia, mas que traz uma satisfação maior e muito mais duradoura.